“Sai sempre prémio”: as histórias das roletas e dos tiros ao alvo na feira

Os jogos de sorte ou azar, neste caso os camiões apetrechados de prémios para todas as idades, sempre marcaram presença na Feira de Sant’Iago e este ano não é exceção. Há cinco diversões onde basta rolar uma roleta para levar para casa um peluche, mas não só.

A montra do Sai Sempre Prémio parece um armário gigante, com dezenas de peluches pendurados uns atrás dos outros como se estivessem a cumprimentar os visitantes da Feira de Sant’Iago. O camião faz-se notar pelas cores garridas dos bonecos, mas também pela música alta e pelos incentivos a jogar, e promete que sai sempre um prémio em qualquer jogada.

Para jogar basta rodar a roleta com energia e seja qual for a casa onde acerte, sai sempre um peluche pequeno, médio ou grande. Antigamente, Amélia Alves tinha de “puxar uma cordinha” para dar o prémio ao vencedor. Hoje, basta-lhe soltar o boneco do mosquetão onde está pendurado e já está. São “centenas, milhares” de peluches, tantos que na verdade não consegue quantificar, e fora os que guarda em casa.

O negócio do Sai Sempre Prémio, conta Amélia, começou-o em 2003 com o marido. Há 44 anos, porém, tudo se iniciou com um pavilhão de tiro ao alvo. Para complementar o negócio da roleta, hoje têm também rifas, e todas elas dão um boneto. “O que não sai de moda são os bonecos do Mickey e Minnie”, conta. A oferta, de resto, acompanha das tendências e tem unicórnios, minions, bonecos do Sonic...

O filho de Amélia, João, já não tem idade para brincar com peluches, mas leva bem a sério esta brincadeira de adultos que é estar na feira duas semanas a incentivar as pessoas a jogar. Está ali para o negócio, pouco dado a distrações, e tem as frases bem na ponta da língua: “Sai sempre prémio”, “joga e ganha” é o que mais se ouve das colunas do vistoso camião. Por cima, a “Loucura dos Prémios” ilumina-se.

Peluches, mas não só

As crianças são quem mais motiva os adultos a jogar nas roletas – e tem seis, de vários preços, para jogar. Quando o feliz contemplado não gosta do que lhe calhou na sorte, o feirante deixa trocar o peluche por outro qualquer à escolha, ou maior. Ninguém fica a perder. O mesmo se pode dizer da Tômbola Xangai, em atividade há 22 anos, e com vários jogos.

Além da “roda do sai sempre”, pode tentar-se a sorte em envelopes surpresa e raspadinhas. E os prémios não são só peluches: podem ser câmaras GoPro, smarwatches, telemóveis, brinquedos e “todo o tipo de prémios”, explica Sophie Dubos, participante na feira há 18 anos. Mas “as pessoas jogam mais nas rifas”, por serem mais baratas.

Já no camião ao lado está o filho, Marlon Silva, a tomar conta de dois jogos. “Deste lado as pessoas têm de derrubar as nove latas com 12 tiros. Se as derrubarem têm um ponto, que podem trocar por um peluche pequeno ou acumular para ter prémios grandes. Deste lado têm de acertar nos cinco pontos vermelhos com cinco pontos. Se acertarem têm um peluche à escolha”, explica.

A verdade é que a presença na feira pode ser “um tiro no escuro” no que ao negócio diz respeito. Uns anos melhores, outros menos bons, desabafa Pedro José, das Diversões Anjos, existentes há 40 anos. Mas não faltam razões para lá ir, nomeadamente jogos de pontaria com armas e bolas. Quem não tiver jeito para acertar nos alvos pode jogar na roleta – com a certa de que aí “sai sempre um prémio”.