Cozinha mediterrânica e saudável delicia visitantes

A dieta mediterrânica, considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade, esteve em destaque no showcooking dinamizado pelo Departamento de Educação e Saúde da Câmara Municipal de Setúbal (CMS), na Feira de Sant’Iago, sexta-feira à noite. Um dos objetivos foi mostrar que é possível comer bem e de forma saudável sem grande ciência.

Tomate, pão, cavala, coelho, azeite, ervas aromáticas, figos, hortícolas, queijo e mel foram alguns dos ingredientes que a nutricionista Vera Azevedo e a técnica de nutrição humana e qualidade alimentar Cátia Silva convocaram para o showcooking dedicado à dieta mediterrânica, e que foi confecionado perante mais uma sala cheia de visitantes interessados.

O menu elaborado no momento começou por uma sopa fria e apetecível para o verão: gaspacho (tomate, pepino, alho, cebola, azeite e vinagre), “antigamente conhecida como vinagrada”, explicou Vera. Como entrada, a dupla preparou uma brushetta com um preparado de hortícolas (tomate, pimento, curgete e especiarias) e especiarias, usadas em substituição do sal.

Por cima, juntaram-lhe um filete de cavala para “dar primazia a um peixe mediterrânico”. “A cavala é um dos peixes mais abundantes na costa portuguesa além do carapau e da sardinha e é um peixe gordo, rico em omegas 3 e 6, que são importantes para combater doenças cardiovasculares”, justificou Cátia Silva.

Apesar de não ser uma espécie tão valorizada do ponto de vista culinário, é muito rica nutricionalmente, daí a escolha. Na receita que apresentaram, o peixe foi despinhado, cortado em pequenos filetes, passado em farinha de milho e braseado apenas numa frigideira. Depois, colocaram-lhe manjericão para dar mais frescura.

Já para prato principal, a dupla decidiu fazer coelho à caçarola, temperando-o de véspera com vinho, alho e louro, e cozinhando-o em água. No final, juntaram-lhe feijão, cogumelos (portobello e pleurotus), pimento, tomate, salsa e louro. Um prato em tudo mediterrânico e alternativo à utilização de outras carnes brancas como o frango e o peru.

No final do showcooking o público provou e aprovou ainda uma sobremesa de rúcula, figos (roxo e moscatel), queijo branco (com menos gordura), noz picada e mel da Arrábida. O feedback não podia ter sido mais positivo, com um sonante aplauso a fazer-se ouvir no espaço da cozinha da Feira de Sant’Iago.

Alimentação saudável, das escolas para casa

Vera Azevedo e Cátia Silva – ambas técnicas superiores no Departamento de Educação e Saúde da CMS – elaboraram este menu com a intenção de mostrar que “que de forma simples é possível introduzir os hortícolas [nas refeições] desde a entrada à sobremesa”, e de maneira a que as crianças os acolham com satisfação.

Um público infantil com que, de resto, têm trabalhado de muito perto, tendo a seu cargo toda o controlo de gestão e monitorização da empresa que, por via de contrato de adjudicação com a autarquia, serve as refeições escolares de 33 escolas de primeiro ciclo e 15 infantários em todo o concelho de Setúbal.

“Servimos à volta de quatro a cinco mil refeições diárias [a crianças dos 4 aos 10 anos], explicou Celeste Paulino, diretora daquele departamento. Vera e Cátia controlam “tudo, desde o transporte ao armazenagem, ementas, confeção e empratamento e desenvolvem projetos de educação alimentar com o objetivo de criar hábitos saudáveis nas crianças”. Comer mais hortícolas, sopa e fruta são as mensagens principais.

Do lado dos pais recai também a responsabilidade de tomar hábitos alimentares equilibrados e saudáveis, salvaguardando os dos filhos. “Quando os miúdos comem a nossa comida – que não é gordurosa, salgada nem picante, mas tem sabor – podem estranhar um bocadinho. Mas com a continuação os miúdos aceitam bem”, concluiu Celeste Paulino. E os pais agradecem.